O filme Fragmentado estreou em março de 2017. Na trama, três meninas são sequestradas por Kevin, um homem adulto que tem Transtorno Dissociativo de Identidade, que faz com que seu cérebro seja dividido em 24 personalidades diferentes. No cativeiro, elas conhecem as diferentes facetas de seu sequestrador e precisam encontrar uma forma de escapar.
Dirigido e escrito por M. Night Shyamalan, o elenco conta com James McAvoy (no papel de Kevin), Anya Taylor-Joy (no papel de Casey Cooke) e Haley Lu Richardson (no papel de Claire Benoit). O filme conquistou as indicações de Melhor Filme de Suspense e Melhor Atriz Coadjuvante no Saturn Awards (para Anya); Melhor Ator em um Filme no MTV Movie & TV Awards (para James); e Ator Britânico ou Irlandês do Ano no London Film Critics' Circle (para Betty Buckley). A obra conta com 78% de aprovação da crítica no Rotten Tomatoes e 79% de aprovação do público.
O grande destaque do longa é a atuação de James, que interpreta de forma impecável todas as 23 personalidades de seu personagem. Apesar de não haver recursos como maquiagem ou edições, o espectador consegue distinguir perfeitamente todas elas, mesmo fazendo parte de uma só pessoa. No entanto, enredos como esse estigmatizam pessoas que sofrem com transtornos mentais graves, contribuindo para a crença popular de que são perigosas demais para viver em sociedade.
Outro destaque da obra é a personagem Casey, que, além do sequestro, sofre também com os traumas de seu passado. Apesar de ser a típica "garota esquisita" da escola que não possui traquejo social, ela não é ridicularizada pelas amigas mais populares. Em uma decisão acertada, o roteiro de Shyamalan foge desse clichê hollywodiano batido.
O final do filme possui uma cena pós-crédito que revela que Fragmentado é uma continuação do filme Corpo Fechado, do mesmo diretor. Com isso, os fãs do longa de 2000 entraram em polvorosa, aguardando por mais uma continuação.
Os filmes da Disney/Pixar sempre têm uma lição valiosa a nos ensinar. Com Divertidamente, que foi lançado em junho de 2015, não seria diferente. Vencedor do Oscar de 2016, o filme foi elogiado pela Ordem dos Psicólogos. O reconhecimento não foi à toa: para construir a história e o enredo, o escritor e diretor Pete Docter consultou o psicólogo Paul Ekman, pioneiro no estudo das emoções e expressões faciais.
A animação gira em torno de Riley, uma menina de 11 anos que mudou-se de cidade com sua família. Insatisfeita com o novo lar e com dificuldades para se adaptar à nova escola, as emoções da garotinha ficam agitadas. Além disso, uma confusão na sala de controle de seu cérebro deixa a alegria e a tristeza de fora, o que afeta Riley ainda mais.
Na sala de controle trabalham cinco emoções personificadas como pessoinhas: medo, raiva, nojinho, tristeza e alegria. Todas elas são responsáveis por manter as emoções de Riley devidamente equilibradas. Existem muito mais do que cinco emoções (seriam aproxidamente 27), porém, para que o enredo ficasse mais compreensível para o público infantil, Docter trabalhou apenas com cinco.
No começo tudo parece bem e Riley tenta enxergar o lado positivo da mudança para que seus pais não fiquem chateados. Isso acontece enquanto Alegria, a líder do grupo, veta a participação da Tristeza das tarefas e atividades, o que fere seus sentimentos. A Alegria teme que a Tristeza prejudique Riley ao fazer que as melhores lembranças da garota se tornem tristes.
Incomodada, a Tristeza toma uma atitude e resolve mexer nos botões de controle sem autorização. A Alegria tenta impedir, porém, um acidente faz com que ambas acabem indo parar em um ambiente desconhecido da mente de Riley. Com isso, o Medo, a Raiva e o Nojinho têm a missão de manter a situação da menina sob controle enquanto a Tristeza e a Alegria tentam encontrar o caminho de volta.
Agora, atenção para o spoiler: os problemas de Riley só são resolvidos quando a Alegria e a Tristeza conseguem voltar à sala de controle e a Alegria decide permitir que a Tristeza participe das atividades. Dessa forma, o longa-metragem ensina que todas as emoções têm um papel importante no desenvolvimento humano e que tentar reprimir um sentimento só fará com que você sofra ainda mais com ele.
Além do Oscar, a animação também foi agraciada com o BAFTA de Cinema (2016), Globo de Ouro de Melhor Filme de Animação (2016), o Critic's Choice Award de Voz Favorita para a atriz Amy Poehler (2016) e diversos outros.
Lançada em 2017, La Casa de Papel conta a história de oito ladrões que se trancam na Cada da Moeda fazendo de refém todo mundo que estava lá dentro. Eles são comandados por um líder que manipula a polícia e tem o objetivo de realizar o maior assalto da história. Escrita por Álex Pina, Javier Gómez e Esther Martínez Lobato, a obra conquistou o Emmy Internacional de Melhor Série em 2018. Veja a seguir minhas considerações a respeito:
1. Roteiro bem escrito
O grupo é liderado pelo Professor: um homem de aparentemente 50 anos e jeitão nerd que nunca cometeu um crime na vida. Porém, ele tem familiares que são assaltantes e quer que seu primeiro assalto não apenas seja bem sucedido como também o deixe milionário e ainda beneficie todos os que participarem do crime junto com ele. Ele recruta pessoas que ele acredita serem bons candidatos para o plano e, antes de colocá-lo em ação, mantém eles em uma espécie de "colégio interno", onde ele dá aulas de como realizar o assalto e explica como o plano será executado.
Ou seja, para mostrar com clareza e sem furos um plano complexo como esse, foi preciso um roteiro muito bem construído, com personagens bem desenvolvidos. Nisso, a série promete tudo e cumpre com maestria.
2. Um professor com tendências psicopatas
Arquitetar um plano complexo de assalto sem nunca ter cometido um crime na vida não é para qualquer um. Além dessa inteligência acima da média, o Professor demonstra alguns traços de psicopatia em diversos outros momentos da série. Um exemplo deles é a frieza demonstrada quando ele cogita envenenar a mãe da investigadora Raquel Murillo e só não o faz por perceber que não precisaria, mas a possibilidade de se tornar um assassino não lhe causa nenhum remorso. Ele não vê limites e faz absolutamente qualquer coisa para atingir seu objetivo.
Além disso, Murillo era, há anos, uma policial dedicada e convicta. Mesmo assim, o Professor consegue manipular sua mante e trazê-la para o seu lado, convencendo-a de que o assalto era, na verdade, uma forma de fazer justiça social. Essa capacidade de manipulação é muito comum em psicopatas, que não sentem empatia ou remorso com suas vítimas e sabem manipulá-las a seu favor.
3. Empatia com assaltantes?
O roteiro da série é tão bem escrito que o espectador passa a sentir empatia e compaixão pelos assaltantes que protagonizam a história. Todos eles têm um passado difícil, uma personalidade cativante e demonstram realmente precisar do dinheiro que obteriam após o assalto. Além disso, eles tratam os reféns de forma acolhedora e gentil. Isso fazia parte do plano do Professor para colocar a mídia contra a polícia, porém, os atores desempenham esse papel de forma tão carismática que convence até mesmo os espectadores.
4. Berlim é intragável
Apesar de algumas pessoas terem simpatizado com ele, Berlim é um dos personagens mais babacas da série. Egoísta, arrogante, egocêntrico e machista, em uma de suas falas ele fala mal de gestantes afirmando que teve cinco divórcios e que, quando as mulheres engravidam, elas "abandonam" os maridos e dão atenção apenas para o bebê.
5. Abertura sem defeitos
A abertura da série é maravilhosa. Tem uma música com ritmo envolvente, cuja letra se encaixa no que acontece durante a série. "Se eu ficar com você, se estou escolhendo errado, eu não dou a mínima. Se eu perder agora, mas ganhar depois, isso é tudo o que eu quero. Eu não dou a mínima. Perdi meu tempo, minha vida está continuando". Ou seja, fala de pessoas que já perderam tanto na vida que já não tem mais nada a perder, portanto, não se importam se estiverem fazendo a escolha errada ao ficarem umas com as outras para efetuar o roubo.
6. Tokyo injustiçada
A Tokyo é uma das personagens mais impulsivas e emocionalmente instáveis da séries. Devido a isso, os fãs atribuem todas as falhas do assalto às atitudes dela. Porém, Tokyo não foi a única nem a primeira a cometer erros que não fazem parte do plano. Um exemplo disso foi quando Oslo não apagou as digitais de um carro que dirigiu, o que colocou em risco a identidade secreta do Professor. Berlim também não estava seguindo o plano quando matou um dos reféns.
7. Questões finais
Para a próxima temporada, fica a dúvida: o assalto vai dar certo ou não? O erro de Oslo vai fazer com que a verdadeira identidade do Professor seja exposta? As respostas virão na 2ª temporada, que estreia dia 6 de abril na Netflix.
Veja o trailer abaixo:
As férias são a oportunidade perfeita para colocar a cabeça no lugar e descansar os miolos. Enquanto uns gostam de viajar nesse período, outros ficam em casa. Independente de onde você estiver, sempre terá aquele momento em que só uma sessão pipoca trará aconchego. Pensando nisso, aqui vão cinco dicas para facilitar a sua escolha!
1. Dark
Dark é uma série com personagens alemães de enredo semelhante à Stranger Things. Logo no primeiro episódio, o desaparecimento de um garoto causa uma grande confusão na cidade de Winden. Porém, essa não é a primeira vez que algo assim acontece, o que gera especulações sobre uma possível maldição. O mistério não se trata de onde o menino foi parar, mas sim de quando. Com uma temática de ficção científica, o enredo mostra que o tempo não é linear e que passado, presente e futuro podem ser uma coisa só.
2.Stranger Things
Desde que Will Bayers desapareceu na cidade de Hawkins, algumas coisas estranhas começam a acontecer. A polícia, a mãe do garoto (Joyce) e seus amigos (Dustin, Mike e Lucas) decidem ir atrás de pistas para descobrir onde o garoto está e acabam deparando-se com acontecimentos um tanto quanto sobrenaturais.
Durante sua busca, os garotos encontram uma menina com poderes telecinéticos chamada Eleven, que os ajuda a descobrirem o paradeiro de Will. Porém, a verdade sobre seu desaparecimento é muito mais sombria do que eles poderiam imaginar. Em meio à nostalgia dos anos 80, a série mistura elementos de terror, comédia, drama e ficção científica.
3.The End of the Fucking World
James tinha 17 anos e acreditava que era um psicopata devido a um vício que tinha em matar animais. Entediado, ele decide "sair de sua zona de conforto" e procurar uma pessoa para cometer um assassinato de verdade. Um dia, ele conhece Alyssa, uma adolescente rebelde e sem papas na língua que não o poupa de sua sinceridade.
O adolescente encontra na menina a oportunidade de cometer o crime perfeito. Para isso, ele só precisaria fingir estar apaixonado e matá-la assim que surgisse uma brecha. James coloca seu plano em prática fugindo com Alyssa sem rumo, porém, as coisas não saem como o esperado.
4.Big Mouth
De forma bem humorada e descontraída, a animação tem como tema central os desafios que os jovens enfrentam ao entrar na puberdade. Entre eles, a primeira menstruação, TPM, mudanças na voz, ereções e hormônios à flor da pele.
5. Anne With an E
Anne é uma órfã de onze anos que é adotada por engano por um casal de irmãos que estava à procura de um menino para ajudar com os trabalhos braçais do sítio. Porém, comovidos pela dor da menina, eles decidem ficar com ela e matriculam-a na escola de Green Gables. Ao tentar se adaptar à nova rotina, Anne sofre com o preconceito da sociedade e de seus colegas de escola. Mas, aos poucos, a criança mostra que tem uma personalidade especial e conquista a todos ao seu redor.
Tenho 28 anos e sou formada em jornalismo pela Unisinos. Este blog foi uma das inspirações principais para escolher minha profissão. Hoje em dia, atuo como freelancer, prestando serviços de redação, reportagens, coberturas, produção de conteúdo para redes sociais e etc. -